A força-tarefa organizada pela Defensoria Pública do Estado esteve nesta terça-feira (12) coletando dados, informações e documentos das pessoas lesadas pelo golpe dos empréstimos, também conhecido como “golpe da selfie”. Os trabalhos ocorreram na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Vicente do Sul e contou com a mobilização de sete servidores da Defensoria, deslocados de Porto Alegre especialmente para o atendimento, e de colaboradores do próprio sindicato.
De acordo com Rafael Pedro Magagnin, defensor público responsável pela força-tarefa, o grupo deslocou-se com a intenção de prestar atendimento a agricultores aposentados que caíram no golpe. No entanto, os desdobramentos da ação demonstraram que muitos outros aposentados, não somente agricultores, foram prejudicados pelos golpistas. A expectativa da Defensoria, segundo Magagnin, era de atender aproximadamente 50 pessoas entre os municípios de São Vicente do Sul e Mata, número bem acima do esperado.
Conforme relatos das vítimas, os golpistas atuavam de forma muito convincente, apresentando dados pessoais dos abordados e informações sensíveis e muito diretas de cada uma das pessoas. Em seus depoimentos, os aposentados apresentaram os nomes utilizados pelos golpistas e ainda puderam realizar a identificação de alguns por meio de fotografias.
Uma das primeiras providências tomadas pela força-tarefa trata da devolução dos valores recebidos indevidamente através do empréstimo não contratado e a suspensão da cobrança das parcelas, descontadas diretamente da aposentadoria das vítimas. A Defensoria orienta ainda que, mesmo aquelas pessoas que já utilizaram os valores, podem fazer parte da ação e conseguir a suspensão da cobrança. Magagnin comenta que esse é um caso atípico e que as pessoas fizeram uso do dinheiro de boa-fé, acreditando serem valores seus de direito.
Apesar de o atendimento presencial da força-tarefa ter ocorrido somente nesta terça-feira, a orientação da Defensoria é para que, caso alguém não tenha se manifestado mas deseje o fazer, que procure a sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais ou a própria Defensoria para realizar seu relato e entrega de documentos. A procura deve ser feita em até 15 dias.
Texto/Foto: Ronei Bueno/RSVFM